Quando temos medo, fugimos. Podemos correr quilómetros ou ficar no mesmo sítio, sem nos mexermos. Podemos tentar escapar de nós mesmos ou ficar à espera que o destino aconteça. Podemos continuar a viver como se nada fosse, ou escondermo-nos num café afterhours de aspecto duvidoso.
Uma rapariga refugia-se num café todas as noites para tentar esquecer o ex-namorado. Começa por deixar as chaves do apartamento que partilhavam ao dono, na esperança que o antigo amante as viesse buscar.
Mas é ela que se deixa ficar.
Noite após noite, Elizabeth visita o café, onde Jeremy lhe oferece tarte de amora, a única que se mantém intacta no final de cada dia. No entanto, Betty decide abandonar o café e o dono para «atravessar a rua pelo caminho mais longo» e parte numa aventura pela América, onde encontra personagens tão disfuncionais como ela. Toda a gente tem uma forma de fugir.
Mas é ela que se deixa ficar.
Noite após noite, Elizabeth visita o café, onde Jeremy lhe oferece tarte de amora, a única que se mantém intacta no final de cada dia. No entanto, Betty decide abandonar o café e o dono para «atravessar a rua pelo caminho mais longo» e parte numa aventura pela América, onde encontra personagens tão disfuncionais como ela. Toda a gente tem uma forma de fugir.
Depois de 2046, Wong Kar Wai traz-nos My Blueberry Nights (2007), doce, sereno e com uma excelente imagem - um filme que flutua connosco - com Jude Law e Norah Jones como par amoroso. Natalie Portman, Rachel Weisz, David Strathairn e até Cat Power são também convidados de honra neste filme. Como não podia deixar de ser, Norah Jones e Cat Power participam na banda sonora deste filme. Derretam-se também ao som de Cassandra Wilson, Ry Cooder, Otis Redding,Ruth Brown, entre outros, no próximo sábado pelas 19 na Rádio Zero. Aqui, os podcasts.
1 comentário:
A Chan Marshall (Cat Power) pode ter perdido a aura indie que tinha há uns discos atrás mas continua muito bonita, mesmo na pele de quase-diva de pé descalço. Foi um prazer enorme vê-la no Coliseu e, algumas semanas antes, no grande ecrã, nas Blueberry Nights de Wong Kar-wai. O diálogo entre ela e o Jude Law é mesmo o melhor do filme. Na verdade, também Kar-wai perdeu qualquer coisa pelo caminho. Mas tudo pode mudar e ambos podem voltar a alinhar os planetas. Ao vê-los inseguros como são, sempre descontentes com o que fazem, acreditamos um pouco mais na vida. Vou seguir este Sétimo Som com toda a atenção!
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