Carlos Saura criou o seu Fados em 2007, depois de realizar dois filmes sobre as danças urbanas: "Flamenco" em 1995 e "Tango" em 1998.
Um filme sobre a música, em que esta se sobrepõe sobre qualquer enredo, sobre qualquer montagem ou espaço fílmico. A imagem deste filme vive só na medida em que serve a própria música.
Os cenários são espectáculos de cor e luz. São como o pano de fundo que acompanha os cantores provenientes dos quatro cantos do mundo (ou não fosse o Fado apreciado de uma forma cada vez mais global - lembram-se da japonesa que cantava fado?), dos quais não muitos são "especialistas" do Fado. A ideia era explorar este estilo musical tão característico da cultura portuguesa na suas formas mais diversas e nas vozes mais distintas.
Nomes como o de Mariza ou Camané não poderiam deixar de estar presentes. No entanto, é uma longa metragem que prima pela diversidade. É por isso que, apesar de ser Carlos do Carmo o assessor musical de Fados, temos Caetano Veloso, Chico Buarque, Lila Downs, Lura e muitos outros a contribuirem com versões de fados tradicionais para o filme de Carlos Saura.
Com a canção original "Fado da Saudade", Fernando Pinto de Amaral e Carlos Do Carmo levaram para casa (cada um para a sua) o prémio Goya. Deste filme, que tão aplaudido foi pela sua inconfundível estética, quase documental, e pela sua representação da cultura portuguesa em toda a sua extensão global, retirámos-lhe a sua essência - a música. Fica-vos para ouvir um programa com todas as canções que viram no filme, desta vez sem espectáculo, na sua pureza. Dia 9 de Maio, na Rádio Zero, às 19h, com repetição dia 14 de Maio às 2h.
E, como sempre, o podcast para ouvir depois.
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