quinta-feira, 30 de julho de 2009

This is England

Shaun (Thomas Turgoose) tem 12 anos. Na escola, os outros rapazes gozam com ele porque usa calças à boca de sino, e isso nos anos 80 não era nada fashion. Que o diga Adrian Mole (lembram-se?).


This is England começa num dia particularmente triste para Shaun, que vai para casa cabisbaixo depois de mais um dia de bullying. No caminho, encontra um grupo de skinheads que começa a falar com ele. Woody (Joe Gilgun), o líder, simpatiza com Shaun Apesar de serem todos muito mais velhos que ele, acabam por ficar amigos. Depois de comprar suspensórios, uma camisa aos quadrados, calças justas e umas botas quase-Doc Martens (as originais não fabricavam números para a idade dele), bastou-lhe rapar o cabelo para estar completamente integrado.

Passado algum tempo, Combo (Stephen Graham), um amigo mais velho do grupo que tinha estado preso por actos violentos, volta e tenta convertê-los à sua idelogia nacionalista. A maior parte abandona-o, mas Shaun é seduzido pelo facto de o seu pai ter morrido nas Ilhas Faulkland, uma guerra que Combo considera inútil. Shaun vê-se envolvido num meio violento que poderá não ter boas consequências.



Na época de Margaret Thatcher crescia o número de grupos realacionados com anarquismo, nomeadamente os skinheads. Associados à violência, xenofobia, nacionalismo e hooliganismo, a verdade é que nasceram de influências absolutamente pacíficas como os mods no Reino Unido e a juventude Jamaicana nos anos 50.

É devido a estas influências que a música que acompanha Shaun em This is England é maioritariamente ska, punk, com toques reggae por vezes, com grupos como The Specials e Toots and the Maytals, passando por uma onda diferente com Dexys Midnight runners e mesmo Soft Cell.

A não perder, este Sábado às 19 na Rádio Zero e às 17 na DouroFm.

(Caso percam estas oportunidades, já sabem o que fazer.)

quinta-feira, 23 de julho de 2009

He's Just Not That Into You


Esta semana temos um filme bem fresquinho, que ainda não estreou em Portugal. He's Just Not That Into You (2009) conta-nos a história de 9 pessoas e as suas desventuras amorosas. Gigi, Alex, Janine, Ben, Anna, Connor, Mary, Beth e Neil são as personagens que nos mostram pelos seus casos a máxima que numa relação há sempre alguém que está mais apaixonado do que o outro.

Realizado por Ken Kwapis, o argumento é baseado no livro homónimo de auto-ajuda de Greg Behrendt e Liz Tuccillo (2004) que, por sua vez, se inspirou num episódio de O Sexo e A Cidade em que Miranda pede ao namordo de Carrie, Jack Berger, para analisar o comportamento pós-relação de um homem em que está interessada. Como boa comédia romântica, o filme está recheado de caras conhecidas: Ben Affleck, Jennifer Aniston, Drew Barrymore, Scarlett Johansson, Ginnifer Goodwin, Justin Long, entre outros.


Wilco, The Cure, Talking Heads, The Black Crowes, The Ting Tings e The Replacements fazem parte da banda sonora. E, no final do programa, uma versão bem especial da Last Goodbye (Jeff Beckley), interpretada por Scarlett Johansson. Às 17 na Douro Fm e às 19 na Rádio Zero. Sábado. Mais tarde, em podcast.

terça-feira, 14 de julho de 2009

La môme - La Vie En Rose


No próximo Sétimo Som vamos reviver os grandes clássicos de Edith Piaf através da banda sonora de La Môme (La Vie en Rose) (2007), um filme que nos conta os episódios mais marcantes da vida da chanteuse.

Nascida no bairro de Belleville, em Paris, em 1915 teve uma infância atribulada: os pais separados, o clima da I Guerra Mundial e, depois, o pós-guerra. É deixada ao cuidado da avó paterna, que tem um bordel na Normandia e, mais tarde, ao cuidado de Titine, uma prostituta ruiva. O filme relata a infância, a glória, os sucessos e insucessos, as alegrias e tristezas da cantora que ficou conhecida como a môme (criança).

Marion Cotillard veste a pele de Piaf, um papel que lhe valeu um Óscar, um César e um BAFTA pela sua representação. De resto, o filme recebeu outros 4 César, outro Óscar, outros 3 BAFTA, 3 Leões de Ouro e um Golden Globe. Gerard Dépardieu também faz parte do elenco e é Olivier Dahan o realizador.


Quanto à banda sonora, ela divide-se em três parte: 11 músicas retiradas do repertório de Edith Piaf, 8 músicas originais instrumentais compostas por Christopher Gunning e 5 músicas de Piaf interpretadas por outras cantoras: Jil Aigrot, Maya Barsoni e Mistinguett.

Já sabem, podem ouvir o Sétimo Som às 19 na Rádio Zero, às 17 na Douro Fm ou mais tarde em podcast aqui.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Lost in Translation


Esta semana no Sétimo Som vamos dar a ouvir mais uma banda sonora de um filme de uma das realizadoras que mais vezes tem estado connosco aos Sábados à tarde: Sofia Coppola. Depois de Marie Antoinette e As Virgens Suicidas, viajamos até Tóquio para ouvir Lost in Translation.

Scarlett Johansson é Charlotte. Recentemente, licenciou-se e casou-se com um fotógrafo, que recebeu um trabalho no Japão. Bill Murray entra na pele de Bob Harris, um actor em declínio que é convidado para fazer anúncios em Tóquio, onde é muito popular.


Os dois aborrecidos e confusos num mundo que lhes é totalmente alheio, a começar pela língua e a acabar em tudo o resto, Bob e Charlotte formam um casal improvável, juntos por um sentimento de solidão, tédio e desorientação num mundo estranho.

Enquanto que ela anda à procura de si mesma e do seu lugar no mundo, arrastada pelo marido para Tóquio, ele sofre já do resultado da sua vida, à qual já não faz parte a fama de outros tempos, e onde a solidão começa a atacar, principalmente pela progressiva distância que o vai afastando da mulher. Os dois vão procurar juntos o sentido das suas vidas, sobre perspectivas diferentes e apoiados numa relação onde se privilegia a compreensão.


É neste ambiente que os dois se encontram, numa situação que é simultâneamente hilariante e confusa, ao som de My Bloody Valentine, Air, Jesus & Mary Chain ou Death in Vegas. E é a eles que nos vamos juntar, este Sábado dia 11, às 19h na Rádio Zero e às 17h na Douro Fm.

Mais tarde, encontram-nos no podcast.

I Am Sam

Lucy: Daddy, did God made for you to be like this or was it an accident?
Sam: Ok, what do you mean?
Lucy: I mean you're different.
Sam: But what do you mean?
Lucy: You're not like other daddies.


A deficiência mental de Sam faz com que ele seja um pai diferente dos outros. Apesar de ser o único que é capaz de ir com a filha brincar no parque, as suas capacidades intelectuais deixam-no ficar atrás da filha de 7 anos.

Apesar de ser um pai dedicado e carinhoso, com ajuda de vários amigos para tratar da filha Lucy, a assistência social considera que as dificuldades psicológicas de Sam o impedem de ter a custódia da filha e entregam-na a uma família de acolhimento.

Desesperado, Sam procura uma advogada. Rita, uma mulher cheia de sucesso, é vista como o tubarão da advocacia. Para provar aos seus colegas o contrário, aceita o caso de Sam pro bono para ajudá-lo a recuperar a filha.

Rapidamente, descobrimos que a vida de Rita é menos perfeita do que parece à primeira vista, nomeadamente devido a uma relação difícil que esta mantém com o filho. O caminho que percorre com Sam tem o papel de a fazer dar muito mais importância às relações humanas e menos à sua vida profissional.


I am Sam é um filme cheio de simplicidade, emocionante e sincero. Sean Penn mergulha a fundo na personagem de Sam, sem a tornar ridícula, e Dakota Fanning mostra pela primeira vez o seu talento como (muito) jovem actriz. Mas não se fica por aí.

Uma banda sonora excelente completa o quadro de I am Sam , uma ideia concebida por Sean Penn que queria compor o guião musical deste filme com músicas dos Beatles. Felizmente, os direitos das músicas (que pertenciam a Michael Jackson) chegavam a valores impossíveis, e a solução foi pedir a artistas como Nick Cave, Eddie Vedder, Ben Harper ou Rufus Wainwright que fizessem versões da banda. O resultado é uma mistura de vários estilos diferentes unidas pelo som de uma das maiores bandas pop.

Para ouvir em podcast, o programa que passou na Rádio Zero e na Rádio Douro Fm. A não perder.